quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Visão profissional

A psicóloga e assistente social, Carolina Ribeiro, que mora em Goiânia, já trabalhou com deficientes visuais para a contratação em empresas e acredita que para o senso comum, a deficiência visual é percebida como incapacidade x limite. “Na nossa cultura, qualquer tipo de deficiência é interpretada dessa forma, como se o outro não pudesse produzir ou ter a própria vida. A confirmação disso é que a acessibilidade em nosso país é muito limitada ou quase não existe”, explica. Ela ainda relatou que pelas suas experiências e viagens, o Brasil, de um modo geral teria nota quatro em acessibilidade, pois o país falha muito nessa área.
Carolina ainda conta que mesmo na própria família, muitas vezes, há preconceito, onde o próprio portador tenta provar o tempo todo que consegue dar um passo em seus afazeres, sem ter alguma supervisão direta.
Outra questão abordada foi sobre os tipos de deficiências. Algumas pessoas já nascem cegas, outras perdem a visão com o tempo, ou devido a algum acidente ficam cegas de repente. “Cada pessoa tem sua individualidade e contextualizar, de forma geral, como as pessoas aceitam isso é complicado ou impossível, mas o fato é que qualquer pessoa que passa por isso, principalmente, se for de repente, num acidente, por exemplo, não deixa de vivenciar um conflito e sofrimento. Alguns passam por isso com menos dor, outros elaboram melhor e seguem. Em muitos casos, é necessário o acompanhamento de um psicólogo para o deficiente e sua família”, afirma.
Muitas pessoas têm curiosidade para saber se quem nasce cego, tem mais facilidade em aceitar e se adaptar. Segundo Carolina, as pessoas que já nascem cegas desenvolvem um comportamento aprendido. “Se ela não aprendeu a enxergar, não vai se cobrar por isso e irá se adaptar a todas as dificuldades sem a visão, como se fosse algo natural do seu contexto”, relata.
Independentemente do tipo de deficiência, seja ela visual ou não uma dica importante para as pessoas é pensar que a pessoa com deficiência não é incapaz ou sem condições. “Delegue afazeres e acredite que ele é capaz de conseguir”, afirma Carolina.

Dicas para os deficientes visuais:
- Não limitar-se
- Ir além
- Desafiar-se
- Buscar seus sonhos
- Escrever sua história

Texto: Carina Catuzzo

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