quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O jovem que faz acontecer

 Lucas Borba tem 23 anos, é estudante de jornalismo e nasceu com vestígio de cegueira. Até os 2 anos enxergava algumas cores, no entanto, em função de um glaucoma e complicações de cirurgias, com 12 anos ele ficou totalmente cego. Mas a deficiência visual não o restringiu de seguir em frente. Ele cursa o 8º semestre da graduação em Jornalismo e conta que escolheu o curso ainda no Ensino Médio, em função do gosto e prazer de escrever. Lucas estudou a vida toda em escola de educação regular e frequenta a faculdade sem dificuldades.
O jovem universitário é proativo. Ele vai para a aula sozinho, pega transporte público e pede auxílio somente na hora de atravessar ruas movimentadas ou para pedir informações sobre a linha do ônibus na qual deseja embarcar. Às vezes, o que pode acontecer, é que os deficientes não sintam a presença de outras pessoas no local, então, oferecer ajuda para o deficiente não é ofensivo. Muito pelo contrário, eles agradecem e se, naquele momento não precisarem de ajuda, eles agradecem da mesma maneira.

O próprio PIMA oferece material gráfico de como é a melhor forma de ajudar o deficiente visual, mas Lucas já adianta que o melhor é deixar o deficiente se apoiar no cotovelo e estar um passo à frente para demarcar o caminho. Se o deficiente tiver alguma ponderação, ele avisará.
Lucas também conta que o convívio e o bom relacionamento com os colegas sempre o ajuda. Ele fez grandes amizades nos anos de faculdade e diz que os colegas e professores sempre procuram inclui-lo em todo processo de aprendizagem.


 Cinema é a paixão de Lucas. Depois de se formar em Jornalismo, ele pretende se especializar na sétima arte e trabalhar nessa parte mais cultural do Jornalismo. Atualmente, ele escreve para um site de críticas de cinema chamado Plano Crítico.
O maior contra-tempo para o jovem é a acessibilidade. Ele sente dificuldades em se deslocar de um bloco para o outro, pois as referências são muito importantes para a localização.
E para quem tem as mesmas limitações que Lucas, a dica é passar as informações para as outras pessoas. “A dificuldade e acessibilidade não é somente física, mas também na recepção das pessoas, na inclusão social,” relata o universitário. Lucas é o exemplo ativo de como a força de vontade supera qualquer desafio do destino.

Texto: Camila Valentini.

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